Os longos períodos que um colaborador passa em seu local de trabalho, instalado de forma inadequada, pode resultar na ocorrência de lesões, e em alguns casos, baixa produtividade. É por isso que hoje em dia a ergonomia está cada vez mais presente nas empresas, seja em escritórios ou parques fabris.
Desde 2020, com a criação e implantação do eSocial, os dados relacionados à saúde do trabalhador são informados ao Governo Federal de forma digital. De acordo com o relatório emitido pelo eSocial, entre janeiro e novembro de 2021, foram registrados mais de 1,4 milhão de acidentes de trabalho no Brasil.
Mas afinal, o que é ergonomia e como ela pode mudar a rotina de um colaborador na empresa?
Resumidamente, a Ergonomia é o estudo científico da relação homem e ambiente de trabalho. Ela é a grande aposta das empresas para melhorar a qualidade de vida do colaborador. Em outras palavras, é a adequação correta que garante segurança à saúde do colaborador enquanto executa suas funções. Muito longe de ser opcional, a ergonomia é uma obrigatoriedade prevista pelo Governo na NR-17. No entanto, ainda é baixo o número de empresas que cumprem este requisito.
A empresa deve realizar a avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho que, em decorrência da natureza e conteúdo das atividades requeridas, demandam adaptação às características psicofisiológicas dos trabalhadores.
Segundo o Dr. Nadion Rogério Indalêncio, fisioterapeuta e diretor técnico do Cremest Centro de Referência em Ergonomia, Medicina e Segurança do Trabalho, com experiência de implantação de projetos em centenas de empresas e com mais de 10 mil postos de trabalho avaliados, a implantação de um bom projeto de Ergonomia traz várias vantagens para empresa. “Destaque para a melhoria no ambiente de trabalho, redução de absenteísmo, redução de custos com planos de saúde, melhoria na qualidade dos produtos e serviços prestados, redução de acidentes, funcionários motivados e valorizados e ainda atende a legislação”, explicou.
Conheça a NR-17
A Norma Regulamentadora 17 ou NR-17 como é conhecida, faz parte da regulamentação do Governo, via Ministério do Trabalho e Emprego (atualmente, Secretaria Especial de Previdência e Trabalho).
A NR-17 estabelece diretrizes para a ergonomia no ambiente de trabalho. Ela tem o objetivo claro de garantir condições adequadas de trabalho, assegurando o máximo de conforto e segurança para o colaborador.
De acordo com a legislação, os principais requisitos da NR-17 são:
- Análise ergonômica do trabalho (AET): as empresas devem realizar a AET em seus ambientes de trabalho, para avaliar as condições de trabalho e identificar possíveis riscos à saúde dos trabalhadores relacionados a fatores ergonômicos. A AET deve ser realizada quando: se observa a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da situação; se identifica inadequação, ou para acompanhamentos de saúde dos trabalhadores.
É imprescindível que a AET seja realizada por profissionais especializados em ergonomia.
- Mobiliário e equipamentos: dentro da NR-17 existem requisitos mínimos relacionados ao mobiliário e aos equipamentos utilizados no ambiente laboral.
- Condições ambientais: como iluminação, temperatura, umidade e ruído. Ter conhecimento dessa realidade é essencial para garantir um ambiente saudável e confortável para todos.
- Organização do trabalho: se refere ao ritmo de trabalho adequado, pausas para descanso e medidas necessárias para prevenir fadiga e estresse.
Conheça os principais fatores de risco relacionados à falta de um projeto ergonômico
Projetos de ergonomia são destinados para todos os tipos de empresas que contam com colaboradores. Entre os fatores de risco mais comuns para os colaboradores estão:
- Posturas inadequadas que podem resultar em problemas como dores nas costas, pescoço, ombros e braços.
- Movimentação manual de cargas: quando feito de forma errada, pode causar lesões na coluna vertebral, no pescoço, nos ombros e nos braços.
- Vibração: os maiores problemas da exposição de colaboradores à vibração estão relacionados à circulação e doenças ocupacionais, como a síndrome das vibrações.
- Esforço físico: quando o esforço físico é excessivo, pode causar além da fadiga muscular, lesões nas articulações e algumas doenças cardiovasculares.
- Iluminação inadequada: fadiga ocular e dores de cabeça estão relacionados, na maioria das vezes, à iluminação inadequada nos ambientes de trabalho.
Por esses e outros motivos, a sua empresa precisa estar em conformidade com a NR-17 que diz respeito à ergonomia nos ambientes de trabalho. Garantir a saúde do colaborador é essencial para o bom funcionamento da sua empresa.